quarta-feira, 12 de janeiro de 2011


Paro de ler por um instante.
Fecho os olhos e tento imaginar:
Como é molhada,
fresca,
doce
A serena chuva que cai lá fora.
Como finos grãos de arroz em tons de prata.
Som cheio, suave.
Enche minha alma de música
E refresca o espírito queimado pela angustia.
Lava o sabor salgado da tristeza nos olhos.
Faz fértil a imaginação de criança,
Antes adormecida.
Desperta a moleca em mim,
Que abre agora os olhos
E sai pra experimentar o real,
Que desfrutou, antes, em sonho.
Pula em poças,
Dança em gotas,
Nada em lama,
Vive no espaço,
Senti-se feliz!
Não há mais calor,
Não há mais prisão,
Não há só choro,
Há um arco-íris
Pintado entre nuvens,
Aquelas de algodão.
Não há ar seco,
Não há sufoco,
Talvez saudade,
Mas há beleza,
Há leveza,
Há liberdade,
Há mais chuva
E que doce ela é.

Deito molhada,
No chão molhado,
E espero passar
Os pingados no rosto.
Pois tudo passa!
O choro passa... o sorriso também.
Mas a riqueza daquele,
A lembrança deste
São como a chuva.
Que germina a terra,
Mesmo que a chuva passe,
Mais quando o sol nasce,
E intensamente quando Deus sorri

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